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Tendências em tecnologia e inteligência de dados no fomento mercantil

Tendências em tecnologia e inteligência de dados no fomento mercantil

Publicado por Ótmow
26/09/2025


O fomento mercantil é um segmento crucial para a liquidez das empresas, especialmente aquelas que fornecem ao setor público. No contexto das licitações, ele garante que fornecedores possam antecipar seus recebíveis e manter capital de giro mesmo diante de prazos legais que chegam a 30 dias (Lei 8.666/1993) ou 60 dias (Lei 14.133/2021), muitas vezes ultrapassados na prática.

Nos últimos anos, esse mercado passou por uma transformação sem precedentes, impulsionada pela digitalização, uso de inteligência de dados e inteligência artificial (IA). O que antes era um processo burocrático, lento e manual, hoje se redesenha em um ecossistema digital mais ágil, transparente e seguro.

Segundo o Relatório GovTech Brasil 2024, o uso de soluções digitais pelo setor público cresce 22% ao ano, e essa modernização está impactando diretamente o mercado de fomento mercantil e a forma como os fornecedores acessam crédito.

Automação e análise de crédito em tempo real

A análise de crédito sempre foi um dos gargalos do fomento mercantil, especialmente porque envolve a avaliação de riscos de contratos públicos e da saúde financeira dos fornecedores.

Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), softwares especializados passaram a cruzar informações de diversas bases públicas em segundos, incluindo:

  • TCU (Tribunal de Contas da União)
  • CGU (Controladoria-Geral da União)
  • ComprasNet
  • SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores)

Esse cruzamento permite avaliar regularidade fiscal, jurídica e financeira em tempo real, reduzindo falhas humanas e acelerando o processo decisório.

Impacto direto: fornecedores com histórico regular conseguem acesso mais rápido ao crédito, enquanto empresas de maior risco são identificadas preventivamente. Isso reduz a inadimplência e aumenta a confiança do mercado.

Tendência adicional: o uso de machine learning para prever a capacidade de pagamento não apenas do fornecedor, mas também do órgão público, ajuda a calibrar taxas de antecipação e a definir limites de crédito personalizados.

Plataformas digitais 100% online

Outro avanço importante é a digitalização integral das operações de fomento mercantil. Hoje, já é possível realizar todas as etapas de forma remota, sem papel e sem deslocamentos:

  • Envio de nota fiscal eletrônica
  • Assinatura digital de contratos
  • Validação automática de documentos
  • Liquidação financeira integrada ao sistema bancário

Esse modelo garante agilidade, rastreabilidade e segurança jurídica, além de reduzir custos administrativos.

A prática está alinhada ao Decreto nº 8.539/2015, que instituiu o uso obrigatório de meios eletrônicos em processos administrativos. Isso significa que a digitalização deixou de ser apenas uma tendência e passou a ser um requisito de governança pública.

Diferencial competitivo: as fintechs e securitizadoras que integram seus sistemas diretamente a órgãos governamentais e bancos conseguem liberar recursos em poucas horas, encurtando ainda mais o ciclo financeiro.

Big Data e predição de risco

A utilização de Big Data e analytics trouxe um salto qualitativo ao fomento mercantil. Com a análise de milhões de dados de contratos, empenhos e históricos de pagamento, é possível prever atrasos de órgãos públicos e ajustar limites de crédito antes que o problema afete os fornecedores.

De acordo com o Relatório GovTech Brasil 2024:

  • O uso de analytics no setor público cresce 22% ao ano.
  • Órgãos que adotaram análise preditiva reduziram em até 35% a incidência de falhas em pagamentos.

Aplicação prática: no fomento mercantil, esse recurso permite definir taxas de risco mais justas, ajustar prazos de antecipação e até prever quais órgãos públicos tendem a atrasar repasses, oferecendo maior previsibilidade aos clientes.

Novidade em expansão: modelos de IA generativa estão sendo testados para interpretar históricos de pagamento e gerar cenários de risco em linguagem natural, facilitando decisões estratégicas.

Segurança, compliance e governança digital

Com a crescente digitalização, a segurança da informação tornou-se prioridade absoluta. O fomento mercantil lida com dados sensíveis de empresas e órgãos públicos, o que demanda rigoroso compliance.

A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018 – LGPD) trouxe exigências específicas para o tratamento de dados pessoais e empresariais:

  • Consentimento informado para uso de dados
  • Proteção contra acessos não autorizados
  • Transparência no uso e compartilhamento de informações

Sanções: o não cumprimento da LGPD pode gerar multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração. Além das penalidades financeiras, há risco de dano reputacional para instituições que não adotarem práticas robustas de proteção de dados.

Tendência regulatória: além da LGPD, cresce a exigência de certificações de segurança, como ISO 27001 e PCI DSS, que reforçam a governança de dados e a proteção contra fraudes.

Perspectivas de mercado e novos modelos

O fomento mercantil também se beneficia de tendências macroeconômicas:

  • Aumento dos gastos públicos em saúde, educação e infraestrutura, que amplia a base de fornecedores.
  • Selic em trajetória de queda, reduzindo o custo de capital e tornando operações de antecipação mais competitivas.
  • Expansão dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que ampliam a liquidez e viabilizam maior volume de operações.

Novos modelos, como plataformas integradas de marketplace de recebíveis e parcerias entre fintechs e bancos, devem tornar o acesso a crédito ainda mais rápido e diversificado.

Conclusão

O fomento mercantil está deixando de ser apenas uma operação financeira para se transformar em um ecossistema digital integrado, inteligente e seguro.

As tendências de automação, análise preditiva, digitalização e compliance já são realidade e moldam o futuro do setor. Para fornecedores do setor público, estar alinhado a essas inovações significa:

  • Maior competitividade, com acesso rápido e seguro ao crédito
  • Mais previsibilidade, ao reduzir riscos de atrasos e inadimplência
  • Segurança jurídica e regulatória, ao cumprir com as exigências da LGPD e das normas de governo eletrônico

Empresas que acompanharem essa transformação terão não apenas vantagem competitiva, mas também maior capacidade de crescimento sustentável em um mercado que depende cada vez mais de agilidade, inteligência de dados e confiança.

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